domingo, 21 de outubro de 2007

O DNA ao alcance de um clique


Com a promessa de tantas convergências para um futuro não muito distante, mais uma tem sido anunciada: a da tecnologia com a biologia.

Esse cenário está sendo vislumbrado por Craig Venter, um pioneiro nos estudos da genética.

Ao participar dum fórum sobre tecnologia, Craig Venter trouxe a novidade: poderemos mapear nosso DNA mediante uma simples pesquisa no Google.

O serviço está longe de ser oferecido gratuitamente. A cifras atuais, custará algo como U$ 300 mil. Isto, segundo Craig, por causa do atual nível dos processadores. Porém, com o avanço veloz da tecnologia, os custos tendem a baixar.

Em termos de ganho para a saúde, a importância desse cruzamento é inegável: poderemos conhecer de antemão nossas predisposições para desenvolver doenças no futuro. E isso vai implicar diretamente na qualidade e controle da saúde dos rebentos.

Para Craig Venter, essa possibilidade não está muito distante.

Contudo, o recurso traz novos desafios quanto à segurança, pois a privacidade das informações estará em risco. É o eterno preço da virtualidade.

O fantasma da fome


O livro acima, cuja tradução do título é “Nutrir a humanidade”, foi escrito pelo economista e engenheiro francês Bruno Parmentier, atual diretor da École Supérieure d´Agiculture d´Angers, na França.

Há muito tempo ele se dedica a pesquisar o futuro da alimentação. Depois de publicar o livro, se tornou uma celebridade.

Bruno Parmentier exibe pouco otimismo sobre o que nos espera lá na frente.

“A população deverá se estabilizar entre 9 e 10 bilhões de pessoas. Significa que acolheremos no planeta um bilhão de novos asiáticos, cerca de 800 milhões de novos africanos, 400 milhões de novos latino-americanos. Então temos de nos colocar a questão: haverá alimento para todos?”, indaga ele em entrevista concedida à jornalista Laura Greenhalgh, do Estadão.

Essa preocupação de Bruno Parmentier parece ressoar velhas teses malthusianas sobre o crescimento exponencial da população. Mas sua análise inclui novos ingredientes à ameaça da fome ao futuro do planeta, como as agressões ao meio ambiente e os modelos econômicos.

A entrevista completa de Bruno Parmentier pode ser lida aqui.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O brasileiro e a informação


"A internet já se tornou a fonte primária de informação para 7% dos brasileiros, segundo pesquisa recém-divulgada pelo Pew Research Center, aqui de Washington.

Já ultrapassou o rádio (4%), as revistas (1%) e não está distante dos jornais impressos (12%).

Segundo a pesquisa, a televisão é a fonte primária de informação para 76% dos brasileiros.

Combinando a fonte primária e a secundária, os números mudam.

A televisão salta para 92%, os jornais para 51%, o rádio para 32%, as revistas sobem para 4% e a internet também aumenta seu alcance, para 16%.

A pesquisa justifica investimentos como o canal gratuito de notícias da TV Record, a possível abertura do sinal da Globonews bem como uma emissora pública de alcance nacional - formas de ampliar as fontes de informação dos brasileiros.

O país em que a internet tem maior importância como fonte primária de notícias é a Coréia do Sul, com 20%, seguida da República Tcheca com 19%, os Estados Unidos com 17%, a Eslováquia com 15%, a Suécia com 14%, Israel e o Canadá com 11%, a Alemanha com 9% e a França e Itália, com 8%".

No site Viomundo, de Luiz Carlos Azenha.

domingo, 7 de outubro de 2007

Marla Olmstead e os dilemas do cinema documentário


Aqueles que lidam com documentário sabem que a questão ética é o calcanhar de Aquiles da representação nesse gênero. E que por trás da própria idéia de representação reside uma das mais ferrenhas controvérsias nesse tipo de cinema. Como saber se a fonte do documentarista, posta diante da câmera, não está mentindo, não se transforma, por vaidade ou presunção, em personagem de si mesmo? Se dentro da própria noção de real não estão se insinuando as tentações da fabulação?

Uma polêmica em andamento nos Estados Unidos tem contribuído para incrementar esse debate em torno da ética no documentário. Amir Bar-Levi é um cineasta californiano e acaba de finalizar seu segundo longa metragem, My kid could paint that. O tema do doc é a menina Marla Olmstead, de 4 anos, que se transformou num fenômeno de mídia ao demonstrar uma habilidade para pintar quadros de forma parecida com grandes pintores, como Picasso, Kandinski e Jackson Pollock. Marla acabou vendendo mais de US$ 300 mil em pinturas.

Em 2004, quando o caso estava em plena evidência, Amir Bar-Lev procurou os pais de Marla e propôs contar a história da menina. Os pais aceitaram, e tudo estava indo bem até que, um ano depois, uma equipe de TV do programa “60 minutes”, da rede CBS, decidiu fazer uma matéria sobre Marla e levantou a hipótese de que tudo não passava de uma fraude. O próprio pai, um pintor amador, é que fazia os desenhos, de acordo com a reportagem, e a menina estaria sendo explorada para fins financeiros. Amir Bar-Levi, já com o seu filme em andamento, viu-se então tragado por um mistério e encurralado por um dilema ético.

Com a chegada do documentário ao circuito comercial, o assunto voltou a ocupar os holofotes da mídia. O repórter Andrew O'Hehir fez uma longa entrevista com Amir Bar-Lev para a revista Salon. O cineasta contou que conseguiu convencer o casal Olmstead a fazer o filme, embora no início tivesse sido questionado se o mesmo seria necessário, pois já havia muita publicidade em torno do assunto. O argumento de Amir foi que o filme “atingiria uma verdade mais profunda, e eles ficariam felizes em mostrar essa verdade aos filho no futuro”.

Inicialmente, segundo Andrew O´Hehir, Amir Bar-Levi acreditava que o filme trataria de uma família americana e seu desejo de aparecer na mídia, por escolha ou por acidente, e da incompreensão e hostilidade do público perante a arte moderna. E, obviamente, do objeto de toda essa história: Marla e seu talento. Com as suspeitas levantadas pelo “60 minutes”, as coisas não foram tão fáceis assim. No final, o filme acabou deixando as conclusões no ar. Quem assistir poderá chegar ao seu próprio veredicto: se Marla é uma fraude ou um gênio artístico. Bar-Levi revela ao seu entrevistador que ainda tem dúvidas, mesmo depois de dois anos envolvido no caso.

Andrew O´Hehir tenta apimentar o debate ao evocar as reflexões da jornalista Janet Malcom sobre ética no jornalismo. Há alguns anos, ela escreveu o livro O jornalista e o assassino (publicado no Brasil pela Companhia das Letras) no qual analisa uma situação em que um jornalista acaba traindo sua fonte, após conquistar sua confiança. À luz dessa traição, Janet concluiu que qualquer jornalista que não for suficientemente tolo ou auto-indulgente deve saber que sua postura é moralmente indefensável. A analogia, no imbróglio dos Olmstead, é se Amir Bar-Levi traiu a confiança da família, ao deixar no ar em seu documentário a possibilidade de engodo. Bar-Levi tenta resumir a coisa toda: “Eu pus minhas dúvidas e suposições, e isso é tudo o que tenho a dizer”. A atitude de Amir Bar-Levi poderia ser enquadrada na categoria de “moralmente indefensável”? Com o filme em exibição na tela grande, a polêmica tende a se avolumar.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Paraíso liberado


E você acha que se prostituir é algo errado?
De maneira alguma! É o meu corpo e eu faço o que eu quiser com o meu corpo. Para mim, as únicas coisas erradas são roubar e matar. Nunca tive vergonha de assumir ser prostituta. Mas tem uma diferença: tive coragem de mostrar quem eu era porque saí da casa dos meus pais com 17 anos, não tive essa preocupação de “o que é que meus pais vão pensar em relação ao que estou fazendo?”. As meninas geralmente escondem o rosto porque escondem da família e dos amigos o que fazem.

A maioria das meninas se prostitui por vontade própria ou porque não têm outra opção?
Porque quer. Isso é um tabu muito grande. As pessoas pensam que as meninas são todas coitadinhas, que não tiverem educação, não têm apoio da família, etc. Mas, durante os três anos em que me prostitui, trabalhei com muitas mulheres e, conversando com elas, eu senti que elas se prostituíam porque queriam, porque tinham vontade, para unir o útil ao agradável. Elas gostavam de fazer sexo e gostavam do dinheiro que o sexo proporcionava.

O que você acha do turismo sexual e dos homens que vão ao Brasil em busca das mulheres? Deveria ser algo proibido?
Acho que não deveria ser proibido. Considero isso normal, acho que, se fosse o contrário, se aqui fosse proibido – ou considerado pecado – o homem sair com uma garota de programa, com certeza os brasileiros iriam procurar outro país mais libertário em relação ao sexo. Mas há um detalhe sobre o turismo sexual aqui no Brasil: em razão do sexo (o valor do programa) ser muito barato aqui quando comparado aos países europeus. Então é por isso que aqui um europeu ou um americano acaba “fazendo a festa”, simplesmente porque sai muito barato para eles. Posso dar o meu exemplo: eu cobrava R$150 por hora. Isso, na época, era 50 euros. Imagina, 50 euros para fazer sexo é muito barato, praticamente de graça. E é isso que chama muito a atenção aqui também: o preço barato.

Bruna Surfistinha na revista Jungle Drums.

Passaporte para a América



Sabe aquele sonho de um dia estudar nos Estados Unidos? Pois ele está aqui. A Universidade de Berkeley, uma das mais famosas na terra do Tio Sam, entrou na era da educação online.

Detalhe: via You Tube.

Mais de 300 horas de aula já foram disponibilizadas. Com a iniciativa, Berkeley é a primeira universidade a divulgar cursos completos na Internet.

A UCLA, como é mais conhecida, possui 10 campi espalhados pela ensolarada Califónia. Abriga em seu corpo docente um elenco estrelar de ganhadores do Prêmio Nobel, a maior concentração per capita de nobéis do mundo numa única universidade, segundo a wikipedia.

Portanto, welcome to Berkeley.