quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O tenor pop



Luciano Pavarotti pode não ter sido a voz operística mais potente entre os grandes tenores italianos do século 20, mas foi sem dúvida a mais popular. E foi o tenor mais aberto a uma aproximação com outros universos musicais fora do exclusivo clube da música clássica.

Que o digam os diversos artistas com quem Pavarotti dividiu o palco, astros da música pop de tendências tão distintas como o rei do soul James Brown e roqueiros como Sting, Bono Vox e Brian Adams.

Neste sentido, Pavarotti foi responsável por estreitar o fosso entre o high Brown e o low brow, a alta e a baixa cultura, e assim levar o bel canto a platéias antes inimagináveis. No vídeo acima, Pavarotti canta “Caruso”, do compositor italiano Lucio Dalla.

E abaixo alguns dos mais de trezentos comentários postados por leitores em resposta ao obituário do New York Times:

“Felizmente podemos ainda ouvir suas inúmeras gravações. Mas é simplesmente terrível que não possamos mais ouvi-lo cantar. Ele deixa um vazio para todos nós que amamos ópera.”

“Lembro de estar correndo no frio inverno de Oklahoma, há 30 anos, ouvindo sua voz. Ele era capaz de me emocionar e inspirar até o ponto em que nenhum outro artista conseguiria, e a distância só fez aumentar.”

“Ele tinha a melhor voz, e me levou a amar a ópera.”

“Um mestre de verdade que reinventava a si mesmo e criava nichos de mercados, ou, talvez mais precisamente, mercados de massas. Um verdadeiro otimista que fazia o que fosse possível para levar a música clássica ao mais alto e o mais baixo estrato cultural.

“Sou incapaz de imaginar o mundo da ópera sem sua voz. Ele apresentou sua arte a milhões, platéias emocionadas ao redor do mundo.”

“Sempre reconheci a voz dele no rádio. A outra voz que sempre identifiquei foi Pinza. Peculiaridade não torna uma voz necessariamente grande, contudo, a emoção de uma grande voz que é indelevelmente peculiar é um prazer além de todas as medidas.”

“Mesmo após ter se tornado mais fraca, sua voz ainda seduzia meu coração. Agradeço profundamente a Deus por tê-lo trazido a este mundo com uma voz tão doce e peculiar, e agradeço a ele por tê-la doado tão generosamente.”

“Acho que foi uma grande sorte ter assistido a algumas de suas apresentações e recitais. Sua voz certamente impôs um alto padrão que poucos podem igualar, porém a memória de sua voz permanecerá para sempre conosco.”

“Eu o vi cantando no Metropolitan e depois fui até os camarins. Ele era o mais adorável e educado dos homens. Ele sentou-se e conversou comigo, beijou as mãos de minhas amigas. Irradiava o que só posso descrever como calor e carisma superhumanos.”

“A perda de sua voz maravilhosa não pode ser calculada. Estou ouvindo-o cantar ´Uma furtiva lágrima´ neste momento. Mal posso escrever por causa das minhas lágrimas.”

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