quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Joel Silveira (1918-2007)

“Não me morra, Seu Joel. Repórter é para mandar notícias, não é para morrer."

Foi assim que Assis Chateaubriand se dirigiu ao repórter Joel Silveira, antes de mandá-lo cobrir a guerra na Itália, como correspondente dos Diários Associados. Em outra ocasião, Chateabriand o chamou de “víbora”, devido ao seu estilo impiedoso.

Joel não só voltou vivo, como registrou para a posteridade o sangrento palco da guerra. Jamais se cansou de repetir que partira jovem e voltara envelhecido, tamanha a brutalidade do que testemunhou em solo europeu.

Sergipano de Lagarto, mudou-se para o Rio de Janeiro com 19 anos, em 1937. Morreu hoje, aos 88 anos, no seu apartamento em Copacabana.

Suas reportagens mais famosas, Eram assim os Grã-finos em São Paulo e A milésima segunda noite da avenida Paulista, se tornaram clássicos do gênero no Brasil e lhe trouxeram fama.

Em uma entrevista que concedeu há quase três anos, por ocasião do lançamento do seu livro A feijoada que derrubou o governo, Joel desancou poderosos e totens sagrados da cultura brasileira, mostrando que conservou viva a verve que tanto o caracterizou.

Aqui, aqui e também aqui, Geneton Moraes Neto, amigo e discípulo de Joel Silveira, descreve algumas das conversas que manteve com o mestre nos últimos anos.

Foto: Globo

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