domingo, 12 de agosto de 2007

Mata Hari, femme fatale

Uma mulher avançada para o seu tempo. Uma mundana. Uma mulher de moral duvidosa. Uma sedutora. Todas essas características parecem se encaixar na figura de Mata Hari, a célebre espiã francesa condenada à morte por vender segredos aos alemães durante a I Guerra Mundial.

Todavia, é exatamente o rótulo de espiã que tem sido questionado por seus biógrafos. A antropóloga Pat Shipman está lançando o livro “Love, Lies and the Unknown Life of Mata Hari”. Nele expõe a tese de que Mata Hari foi condenada por ser uma mulher universal, um eufemismo para prostituta, femme fatale, especialmente para os franceses.

Mata Hari, cujo nome original era Margaretha Geertruida Zelle, nasceu na Holanda em 1876. Casou-se pela primeira vez aos 15 anos com um oficial do exército. O casamento acabou em 1890. A partir daí, Mata Hari adotou o nome que a tornou famosa e se transformou numa dançarina exótica e requisitada em Paris, oferecendo seus favores a uma variedade de homens. A maior parte dos envolvimentos se deu com oficiais, manifestando uma preferência abertamente admitida por Mata Hari, para quem os militares eram “outros seres, artistas que viviam em uniformes sedutores”.

Necessitando de dinheiro para manter sua vida extravagante, Mata Hari negocia o valor de 20 mil francos para espionar em favor dos alemães, porém nunca cumpriu a missão. Seu vai-e-vem foi observado pela inteligência francesa, e a suspeita de que espionava se avolumou desde então.

Pat Shipman argumenta que a visibilidade de Mata Hari como artista funcionava com um fator desfavorável para que exercesse o papel de espiã. Embora sedutora, ela era uma “candidata ridícula”, pois a tarefa exigia um comportamento clandestino.

Por ter ido para a cama com tantos homens e viajado tanto durante o período de guerra, foi confundida com uma espiã. No dia 15 de outubro de 1917, Mata Hari, com a idade de 41 anos, foi julgada por um tribunal e executada. Pagou um preço alto por sua liberalidade, não por ter espionado o que quer que fosse.

Nenhum comentário: