terça-feira, 10 de julho de 2007

Biocombustíveis e a discórdia entre Bush e Fidel

Na revista Slate, William Saletan coloca Bush e Fidel frente a frente. O antagonismo não é mais a defesa intransigente do capitalismo de um lado e o socialismo do outro, mas a produção de biocombustível como fonte de energia que poderá substituir o petróleo.

“Quando você pensa que George W. Bush e Fidel Castro estão mortos – um politicamente e outro literalmente -, eis que reaparecem. A nova luta de ambos é pelo biocombustível, a conversão de coisas vivas em energia líquida. Um presidente diz que isso é um assalto à natureza e à humanidade. O outro diz que é uma revolução agrícola que libertará as massas. Bush é revolucionário. Castro, um reacionário”, escreveu Saletan.

Enquanto Bush aparece como um evangelizador na defesa do uso do biocombustível, principalmente depois que perdeu o controle do Congresso americano, Fidel surge defendendo o oposto. Para o chefe cubano, a idéia não passa de uma "monstruosidade".

A principal crítica de Fidel é que o biocombustível consumirá toda a oferta mundial de alimentos, levando fome às massas. O argumento de Fidel Castro acabou repercutindo e influenciando publicações de peso como a revista The Economist e a Foreign Affairs.

A Foreign Affairs, inclusive, veiculou um artigo com o título apocalíptico "Como os biocombustíveis irão matar os pobres de fome".

William Saletan contesta Fidel e se revela um entusiasta dessa nova matriz energética. Ele acredita que o biocombustível é a tecnologia do futuro. Será o ápice de uma transformação que começou com a revolução da agricultura, passou pela indústria e chegou à era da informação.

Um comentário:

Romildo Guerrante disse...

Bush quer usar o Brasil para engolir Fidel. O plano do presidente americano prevê expansão da área cultivada para todo o Caribe - e Cuba inclusive.
A reação do Fidel não me parece o que aparece (o biocombustível tomar áreas de alimentos), mas um escudo para evitar o engolfamento pela maré do biocombustível.