Os horrores do Holocausto, exaustivamente explorados por historiadores, escritores e diretores de cinema, nos dão a impressão de que nada mais há a ser contado.
Mas a revelação do diário de Rutka Laskier, uma judia polonesa de 14 anos, morta em Auschwitz em 1943, prova que o tema é inesgotável.
Rutka vivia no gueto de Bedzin, com os pais e um irmão pequeno. Em janeiro de 1943, ela começou a registrar seu cotidiano assombrado pela presença do nazismo.
No dia 16 de fevereiro de 1939, escreveu:
Hoje vi um soldado alemão arrancar um bebê das mãos de sua mãe e partir-lhe a cabeça com golpes contra um poste de eletricidade. A mãe enlouqueceu. Fico aterrorizada quando vejo uniformes. Estou me transformando num animal à espera da morte.
Mas o diário registra também flagrantes de ternura da adolescente:
Decidi deixar que Janek me beije. Afinal, alguém terá que me dar o primeiro beijo. Então, que seja Janek. Gosto.
Alguns meses depois ela seria deportada com a família para Auschwitz, onde morreria. Antes de partir, Rutka escondeu o caderno sob as escadas da casa onde morava. Confiou o segredo à amiga Stanislawa Sapinska.
Sapinska voltou ao local no fim da guerra, recuperou o diário e o guardou durante todo esse tempo. Incentivada por um primo interessado na história da Polônia durante a II Guerra, Sapinksa decidiu tornar público o drama de Rutka Laskier.
Sua história tem todos os ingredientes que podem transformá-la num sucesso editorial. Não se sabe se com o mesmo alcance do famoso diário de Annie Frank.
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