terça-feira, 3 de julho de 2007

Globo na lona

Nada a ver com a poderosa Rede Globo. Quem está indo a pique é a Livraria do Globo, considerada um dos símbolos da Rua da Praia, em Porto Alegre. Segundo matéria do Jornal Já, da capital gaúcha, uma loja de varejo ocupará o espaço antes reservado aos livros. Na vitrine serão expostos eletrodomésticos e móveis. Os livros ficarão restritos a uma vitrine dos fundos, “um tradicional reduto de camelôs”.
Quem assistiu ao filme Mensagem para você pôde acompanhar a revolta impotente de uma dona de livraria (Meg Ryan) que vê seu negócio ir pelo ralo, tragado por uma megastore de livros de propriedade de Tom Hanks, seu par nessa comédia romântica.

No caso da Livraria do Globo, não foi somente a concorrência de grandes grupos, como a Siciliano, Saraiva e Cultura, que está decretando o fim de uma empreitada que teve inicio em 1883. A má gestão também foi um forte ingrediente. Simplesmente faltou crédito. A empresa acumulou dívidas de R$ 1 milhão distribuído por sete bancos. E ainda passou a enfrentar ações de despejo de aluguéis de filiais.
Com o fim da livraria fecha-se uma página da história da vida cultural portoalegrense. Nos tempos áureos, a Globo mantinha uma sala dos tradutores onde se reuniam alguns pesos pesados dos pampas, como Herbert Caro, Mário Quintana e Érico Veríssimo.

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